No quarto dela

Quando a pequena C nasceu, decidimos criar um espaço que seria o dela. Ainda que à partida soubesse que não o ia ocupar logo, quis transformar o segundo quarto cá de casa, no quarto da minha menina. Comprámos roupeiro, muda fraldas com gavetões que dão imenso jeito e uma cama. Entre outros acessórios que fazem o quarto da Baby C, ser lindo, muito nosso, muito dela. Não tive dúvidas nas cores. Branco! É sempre uma cor que nos inspira e pelo menos a mim, sabe-me a frescura, a limpo e a liberdade. Depois o rosa, não podia faltar. E o azul esverdeado, aquele que lhe chamo menta e que adoro. 

Às vezes entro nele, só para o cheirar. Outras vezes entro só para olhar. Sorrio e venho para a sala. Na verdade o quarto da gordinha é utilizado como um entra e sai. Entro com ela para lhe escolher a roupa, saio para a vestir na casa de banho ou no meu quarto. Entro para o limpar e sigo para outra divisão da casa. Entro para abrir a janela e saio, deixando o quarto cheio de luz e ainda com um ar mais fresco. 

Quando a levo comigo, sinto que ela gosta daquele espaço. Sinto que ela sabe que é o dela. Adora abrir e fechar as portas do armário, adora sentar-se em cima da cama. Mas nunca ficamos muito tempo.

Ontem, depois de ter esgotado todo o meu leque de canções e brincadeiras, levei-a até lá. Pus umas almofadas no chão e sentei-a junto ao caixote dos brinquedos. 

Mais parecia que ali era o local onde sempre brincava. Estava feliz e bem disposta e explorou a caixa e os seu brinquedos até à última. A mim, deu-me tempo para arrumar algumas coisas, que sempre me queixo de não ter tempo para fazer. Pode ser porque era novidade, mas acho que a partir de agora o quarto da Baby vai ser sim, o espaço de brincadeira, já que de dormir está longe de ser.