Não sei se ria, se chore...Setembro está à porta!

Em Setembro a gordinha vai para a creche. Foi uma decisão tomada pelos dois e até agora não tenho pensado muito nisso. Quando o assunto vem à conversa (agora mais vezes, por estarmos mais perto do dia), acho sempre que me vai custar, mas que não vai ser nada do outro mundo, até porque acredito que ela não vá chorar e isso facilita bastante. Claro que sozinha, penso cá com os meus botões nos "ses" todos que poderão existir. E se chorar...(Não sei se a consigo deixar, a sério que não sei!) E se ela estranhar tudo...E se a morderem...E se não conseguir dormir a sesta...E se tiver saudades...E se a magoarem...E se cair...E se ela pensar que a abandonámos...E se isto tudo acontecer e eu não ficar a saber... E se, e se, e se... Queria tanto poder transformar-me numa mosca e estar lá nos primeiros momentos (e nos segundos, nos e terceiros, e nos quartos, e nos quintos...), ver com os meus olhos  e sentir com o coração, como reage, como brinca e interage com aqueles meninos que por certo também vão estar confusos e chorões. O facto de ser educadora não ajuda, acho até que piora em muito a minha situação. Acima de tudo, sou mãe...e é a mãe que vos escreve, que desabafa, que vos conta histórias dos nossos dias, que sente, que brinca e vê crescer o seu bem mais precioso. E é tudo tão mais complexo quando se fala da nossa vida, do ser que nasceu dentro de nós e agora cresce aqui fora, sem a nossa total protecção. Por isso, a todos aqueles que não entendem, peço só que não critiquem, pois o medo que sinto hoje, é amor!

E Setembro está à porta, o coração encolhe mais um bocadinho por cada dia que passa, e eu começo a falar mais regularmente "cá com os meus botões"...

A gordinha está na maior. Cada vez mais espevitada, mais traquina e irrequieta! Faz amigos com uma certa facilidade que quase me choca, seja na praia, no café ou na rua. Vai com quase todos aqueles que lhe esticam os braços (conheça há um dia ou desde sempre, se forem malucos, ou tiverem num carro, melhor ainda), faz-me adeus com um ar descarado (e eu penso: será que está farta de mim?), e quase que me convence que prefere ir, do que ficar no mimo da mãe. Às vezes, vejo que é mesmo para provocar, assim que volto as costas, estica os braços e choraminga, acabando por se revelar, outras vezes nem por isso. E eu abraço-a. Abraçamo-nos os três e seguimos caminho juntos! Nunca nos afastámos por muito tempo, acho que o máximo deve ter sido umas duas ou três horas, quatro no máximo, e por isso acho mesmo que vai doer.

Enquanto aguardo o telefonema da educadora a combinar a adaptação da princesa, vou me preparando (se é que é possível), e preparando também toda a logística (desta parte eu gosto) que a entrada de um filho na escola, exige!

Por agora, aproveitamos o Verão e os finais de tarde quentes que Agosto nos tem dado.
Dou notícias em breve!